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“Sem querer querendo” ou Ato falho?

  • Foto do escritor: Psicanalista Michele Maia
    Psicanalista Michele Maia
  • 10 de mar. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 22 de jul. de 2020


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O ato falho também conhecido como lapso freudiano ou parapraxis, pode ser descrito como a tentativa de realização ou externação de um desejo inconsciente.


Para aqueles que desconhecem a psicanálise, e querem ocultar o real sentido dos pequeninos erros, os atos falhos são tidos como apenas simples equívocos. Algo feito “sem querer” que não tinha menor importância, que não possui nenhuma causa e são apenas descuidos. A psicanálise por sua vez, demonstra que até os menores erros na verdade podem ter um sentido oculto que seriam evidenciados na forma de um aparente vacilo.


Segundo Freud descreveu, estes atos falhos podem ser categorizados como sendo de três tipos diferentes: Ato Falho na linguagem, Ato Falho de esquecimento e Ato Falho de comportamento.


O Ato Falho de linguagem se refere a um erro verbal, um engano de pequena gravidade, mas capaz de revelar o inconsciente. Alguma vez já aconteceu de um amigo seu trocar a palavra de uma frase, palavra essa que poderia demonstrar seu real desejo ou sentimento?

Por exemplo: Na intenção de dizer: “eu adoro a minha sogra”, a pessoa diz, sem querer: “eu odeio a minha sogra”. E em seguida logo se desculpa e corrige.

Você envia uma mensagem por whatsapp para uma pessoa solicitando que ela vá a um evento, e ela responde escrevendo: Sim, com certeza eu não irei. E em seguida se dá conta, apaga e conserta a mensagem.


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O estudo da linguagem se constitui de suma importância, haja vista que é a linguagem que distingue o homem dos demais animais, portanto o ato falho ocorrido nessa esfera do ser humano, além de chamar mais atenção e ser possivelmente a mais recorrente manifestação do ato falho, é de grande destaque na expressão dos reais desejos ocultos.


O lapso verbal, por ser o mais corriqueiro dos atos falhos, mas também pode, efetivamente, ser fruto de algo orgânico, fisiológico ou mesmo psicofisiológico, como o cansaço físico, a indisposição, uma dor de cabeça, a distração, a falta de concentração e etc. Com efeito, tais fatores podem ocasionar diversas reações e confusões.


Acontece que tais atos falhos, segundo comprova a observação, também ocorrem em pessoas que não estão cansadas, distraídas ou nervosas, e sim em seu estado inteiramente normal. Desta forma, a possibilidade de simples falta de atenção não dá conta de explicar as características destes atos falhos.


Podemos observar que estas incidências tem natureza de um ato psíquico pleno, munido de objetivo próprio, devendo, assim, ser compreendido como uma manifestação dotada de conteúdo e significado. A maioria deles possui um sentido, razão pela qual poderemos deixar de lado todos os fatores fisiológicos e nos dedicar à investigação puramente psicológica de seu significado, isto é, da intenção contida no ato falho.


Esquecimentos desconcertantes que surpreendem pessoas normais em meio aos seus afazeres diários também são exemplos.


Por acaso já aconteceu com você de em um dia certamente muito cansativo, esquecer de colocar na bolsa a roupa da academia?


Segundo Freud adverte: “é fundamental levar em consideração que a vida psíquica é praça e campo de batalha para tendências opostas”.


Os atos falhos de comportamento, também citados como equívocos na ação, fazem menção às atrapalhações de ordem motora, que também podem ser analisados como uma relação entre o inconsciente e o consciente.


Um ato falho motor foi ilustrado por Freud quanto relatou que se sentia tão à vontade nas visitas domiciliares de alguns clientes, que chegava a retirar suas chaves de seus bolsos quando à porta de suas residências, pensando estar chegando em sua própria casa.


Hoje sabemos que não somos apenas um ser racional e consciente, pois a nossa mente se divide e os nossos pensamentos são também da ordem do inconsciente. O homem, portanto, está a todo o momento sujeito às falhas, por isso percebemos que os atos falhos são acontecimentos comuns ao psiquismo humano. E que no ato da fala acabamos por dizer palavras que antes estavam reprimidas, ou seja, estavam latentes em nosso inconsciente, são desejos muitas vezes recalcados que quando menos esperamos escapam ao nosso controle, e por meio dos processos metafóricos e metonímicos podem ser interpretados. De acordo com Freud, essas três partes estruturam nosso sistema psíquico: consciente, pré-consciente e inconsciente. Consideramos consciente aquilo que conseguimos expressar normalmente. Aquilo que está recalcado é latente no pré-consciente, e por isso está prestes a ser revelado a qualquer momento. E existem aqueles desejos que são tão ocultos em nossa mente que não podem ser revelados porque são protegidos pelo ego e não conseguem se libertar facilmente do estado inconsciente. Mas, o mais interessante é que há ainda muitos mistérios ocultos no psiquismo humano e que muitas outras teorias semelhantes e ou divergentes podem ser defendidas.


Psicanalista Michele Maia

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