Freud e a Psicanálise
“A voz do inconsciente é sutil, mas ela não descansa até ser ouvida.”
- Freud
Conhecido como o pai, ou fundador, da psicanálise, Sigmund Freud revolucionou o modo como enxergávamos o ser humano e sua psique na passagem do século XIX para o século XX. Médico formado pela Universidade de Viena, em 1881, Sigmund Freud especializou-se em psiquiatria e, em meio a sua clínica médica, passou a se deparar com pacientes acometidos por “problemas nervosos”, o que lhe suscitava certos questionamentos, diante da limitação do tratamento
convencional oferecido pela medicina. Neurologistas da época acreditavam que os pacientes ditos “histéricos” eram acometidos por distúrbios mentais causados por anormalidades no sistema nervoso, uma ideia que influenciou Freud a pensar novas possibilidades de tratamento. Em 1896, Freud emprega, pela primeira vez, o termo Psicanálise, um método pelo qual um analista desdobra conflitos inconscientes com base nas associações, sonhos e livres fantasias do paciente. Suas teorias sobre sexualidade infantil, libido e ego, entre outros, foram alguns dos conceitos acadêmicos mais influentes do século XX.
O método psicanalítico permite fragmentar o discurso/pensamento do paciente para poder captar através da escuta seus conteúdos latentes e, a partir daí, destrinchar melhor os significados e implicações presentes na fala do paciente. Sua trajetória permitiu que Freud desenvolvesse e aprimorasse sua prática psicanalítica, na qual o indivíduo trazia para a sessão suas questões, sem qualquer restrição ou julgamento e, a partir dessas, Freud as investigava, analisava e interpretava, na tentativa de relacionar a fala aos conteúdos submersos no inconsciente.
Freud, com a construção conceitual de inconsciente, sugere que as ações do homem são fortemente influenciadas por uma instância que foge à sua razão, apresenta características primitivas e que, por censuras internas, é mantida reprimida, porém se reflete na vida cotidiana, muitas vezes acarretando transtornos.
A teoria psicanalítica de Freud, postulou que as neuroses têm origem em experiências potencialmente traumáticas que ocorreram no passado do paciente. Ele acreditava que muitas vezes estas ocorrências originais haviam sido esquecidas e ocultadas da consciência. Seu tratamento capacitou seus pacientes a recordar a experiência e trazê-la à consciência e, ao fazê-lo, a confronta tanto intelectualmente quanto emocionalmente. Segundo Freud, desta forma é possível descarregar e
livrar-se dos sintomas neuróticos. Algumas das teorias mais discutidas de Freud incluem: Id, Ego e Superego; Complexo de Édipo e Análise dos Sonhos. As teorias de Freud foram, sem dúvidas, influenciadas por outras descobertas científicas da época. A compreensão de Charles Darwin da humanidade como um elemento progressivo do reino animal, por exemplo. Mas ninguém influenciou a ciência da psicologia tão intensamente quanto Sigmund Freud. Graças a Freud, a investigação dos conteúdos inconscientes, as interpretações de sonhos e a observação das livres associações realizadas pelo paciente, hoje são alguns dos instrumentos psicanalíticos utilizados pelo psicoterapeuta na busca da raiz dos problemas e o alívio do sofrimento que estes conteúdos psíquicos podem causar ao paciente.