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Arteterapia

“Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura.”
 -  Nise da Silveira

Quando éramos crianças, nos bastava o papel e algum lápis de cor para fazer um desenho, mas ao deixarmos a infância para trás, essa capacidade diminui, dando lugar a críticas com a própria produção.

Infelizmente ainda não nos damos conta dos benefícios que existem nas expressões artísticas, como desenhar, por exemplo. O desenho como ferramenta gera e estimula o autoconhecimento. Quando temos a teoria psicanalítica e psicologia Junguiana como base, a possibilidade de ampliação da consciência é ainda maior. Quando se desenha, ou se expressa através da arte, em suas diversas formas, sem a inibição da crítica, se reconhece um valioso meio de comunicação natural e instintivo. Estudos em arteterapia mostram o quanto o desenho espontâneo torna-se uma ferramenta terapêutica valiosa, rico em material psíquico tanto quanto os sonhos. A arte vem ao encontro com uma das necessidades primárias do ser humano, necessidade de expressão. 

Jung enxergava o valor dos desenhos que contém símbolos do inconsciente, percebendo que eles poderiam ser úteis como agentes de cura psíquica.

A arte, o desenho e outras técnicas permitem a comunicação com informações manifestadas ou reprimidas da psique do indivíduo. Ultrapassa a interação consciente, estabelecendo uma comunicação terapêutica fundamental. Nos conteúdos manifestados conscientemente podemos usar um crivo racional, o que leva o indivíduo a repensar suas ações. Aos conteúdos não conscientes, a arte auxilia a tornarem-se conscientes, podendo desta forma serem confrontados. Tendo em vista que a psicoterapia analítica tem como objetivo a ampliação da consciência, a arte tem lugar assegurado no consultório do psicanalista com esse olhar. Pois, mostra ao praticante sua vida psíquica e, a arteterapia alcança níveis da inconsciência onde os medos, os conflitos, as emoções repousam e, assim, eleva a personalidade, desperta o curador interno, despotencializa conflitos, canaliza as energias em prol do processo de individuação, podendo promover a cura.

A linguagem do inconsciente é a linguagem das imagens e símbolos. Ao analisar um desenho, por exemplo, como manifestação do inconsciente, será possível nos conscientizarmos dos conteúdos ali demonstrados simbolicamente. Desta forma, procuramos perceber e utilizar as artes como ferramentas que favorecem o processo de individuação.

A arte transborda os limites do conceito estético ou acadêmico. O seu código essencialmente presente nas produções é o símbolo, que pode ser alcançado por todos. O símbolo é livre de definições fechadas e é a linguagem primordial do inconsciente.

A importância da incorporação da arteterapia no espaço psicoterapêutico se faz clara pela força da arte, a razão do porquê a arte cura: fazer arte é típico do humano e nos faz humanos.

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